Na abalizada opinião do teólogo católico Hans Urs von Balthasar, - "o teólogo cristão-protestante e pastor da Igreja Reformada na Suíça, Karl Barth, foi um dos maiores teólogos do protestantismo do século XX, nascido em 1886 e falecido no ano de 1968."
Pois Karl Barth teve um sonho, acabo de ler na sua biografia. Sonhou com o grande mestre da música, Mozart. Aliás, convém lembrar que nela também tomei conhecimento de que ele sempre se sentiu melindrado pelo catolicismo de Mozart, e pelo fato de o grande e famoso compositor rejeitar o protestantismo. Pois é de Mozart esta afirmação: - "O protestantismo está todo na cabeça, e os protestantes não conhecem o sentido do Agnus Dei qui tollis peccata mundi." (Cordeiro de Deus, que tiras os pecados do mundo).
No sonho, Barth foi indicado para examinar Mozart em Teologia, desejando tornar o resultado do exame tão favorável quanto possível. Assim, nas suas perguntas, ocupava-se expressamente das famosas Missas do compositor. Dizem os biógrafos de Barth que Mozart não lhe respondia nada.
Creio, salvo melhor opinião, que o sonho de Barth tem muito a ver com a sua salvação, e que ele está se esforçando, talvez, por admitir a si próprio que será salvo mais pelo Mozart que nele existe, do que por sua própria Teologia.
O certo é que, dizem os biógrafos, cada dia, durante anos, Barth tocava Mozart todas as manhãs antes de iniciar seu trabalho sobre os dogmas. Por quê? Procurava, talvez inconscientement, despertar o Mozart nele oculto, a sabedoria interna que se harmoniza com a música divina e que é salva pelo amor, mesmo que seja pelo eros, o amor carnal.
Ao passo que o outro ser, o do teólogo, estava mais preocupado com o amor como ágape, mais severo e cerebral. Um amor que, afinal de contas, não está em nosso próprio coração, mas somente em Deus.
Ao passo que o outro ser, o do teólogo, estava mais preocupado com o amor como ágape, mais severo e cerebral. Um amor que, afinal de contas, não está em nosso próprio coração, mas somente em Deus.
Acentua ainda a biografia de Barth que ele afirmava, com muito sentido, que "é uma criança, mesmo uma criança divina, que nos fala na música de Mozart. Alguns sempre consideraram Mozart uma criança em relação às coisas práticas da vida. Ao mesmo tempo, ao menino-prodígio Mozart nunca foi permitido ser criança no sentido literal da palavra."
Mozart tinha seis anos de idade quando deu seu primeiro concerto. Contudo, foi sempre uma criança no sentido mais elevado da palavra.
E eu, porque também comecei a gostar de Barth, atrevo-me a dizer-lhe: - "Não temas, Karl Barth! Confia na misericórdia divina. Sei bem que cresceste e te tornaste um teólogo de fama entre os protestantes, como também entre os católicos.. É Cristo que permanece em ti uma criança. Teus livros, que eu leio com prazer, valem menos do que poderíamos pensar! O que importa, acima de tudo, é que há em nós, em ti como em mim, um Mozart que será a nossa salvação."
Mozart tinha seis anos de idade quando deu seu primeiro concerto. Contudo, foi sempre uma criança no sentido mais elevado da palavra.
E eu, porque também comecei a gostar de Barth, atrevo-me a dizer-lhe: - "Não temas, Karl Barth! Confia na misericórdia divina. Sei bem que cresceste e te tornaste um teólogo de fama entre os protestantes, como também entre os católicos.. É Cristo que permanece em ti uma criança. Teus livros, que eu leio com prazer, valem menos do que poderíamos pensar! O que importa, acima de tudo, é que há em nós, em ti como em mim, um Mozart que será a nossa salvação."
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