segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

VINHETAS DESCOMPROMISSADAS




            "Recorda-te de que foste escravo na terra do Egito, de onde te tirou o Senhor teu Deus."
                                                                                     (Deuteronômio, 5,15)


            Prezado leitor, antes de mais nada, gostaria que Você meditasse um pouco sobre o que segue:

            1 - Existe no mundo aquilo que nós chamamos de MAL?
            2 - Se existe o MAL  e se cremos que existe um Deus Todo Poderoso, por que este Deus todo poderoso não usa esse Seu poder para acabar com o mal no mundo?
            3 - Será que Deus Todo Poderoso quer tirar o mal do mundo mas não pode? Onde estaria então o Seu poder?
            4 - Ora, se quer tirar o mal do mundo mas não pode, então não é mais um Deus Todo Poderoso...
            5 - E se pode tirar o mal do mundo, mas não o tira, podemos ainda chamá-Lo de Pai, e Todo Poderoso?
           6 - Se Deus pode e quer tirar o mal do mundo, por que é que não o tirou até hoje?
          7 - Afinal de contas, de onde vem o mal? Quem o criou? Teria sido Deus? Mas Ele não é nosso Pai, e se é Pai, nos ama, é Todo Poderoso, por que nos deixa a todos sofrendo o mal neste mundo?
         8 - E, finalmente, por que Deus criou o mundo, sabendo que nele, nós todos teríamos que ser submetidos ao poder do mal?

Resumindo:

                Ou Deus quer tirar o mal do mundo, mas não pode.
                Ou pode, mas não quer.
                Ou não pode, nem quer.
                Se quer e não pode, é impotente, não é Todo Poderoso.
                Se pode mas não quer, não nos ama, e assim não devemos chamá-Lo de Pai.
                Se não quer, nem pode tirar o mal do mundo,  não é o Deus Bom que mereça nosso amor.
                Se pode e quer tirar o mal do mundo, por que o mal continua ainda nos flagelando de mil e        uma maneiras?
                O que Você poderia me dizer a propósito destes dilemas que lhe propus?
                Reflita bem e me comunique a que conclusão Você chegou...
       
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          Certa vez, quando saí de madrugada, da casa de amigos que me hospedaram no pequeno sítio que possuíam,  ainda estava escuro... Guardo até hoje na lembrança a imagem da dona da casa, de braço erguido, segurando um candelabro para iluminar o mais possível meus passos até a estrada...
           Há gestos assim que valem como um programa de vida: erguer um candelabro, afastar as trevas, difundir a luz, mostrar o caminho...
           Ensinou-me a minha Fé Cristã que há gestos que possuem uma quinta dimensão... São gestos capazes de levar-nos além do espaço e do tempo, e de chegar a Deus, e mergulhar-nos na Eternidade...
          Não é assim o gesto do confessor ao absolver o penitente ajoelhado a seus pés, no confessionário, depois de confessar ao sacerdote os seus pecados, pedindo perdão a Deus e à Igreja penitência e absolvição?

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          No silêncio das árvores que rodeiam minha casa, silêncio este só desmanchado de madrugada com o festivo cantar de centenas de passarinhos, ainda percebo o agitar dos ramos, movidos pelo vento...
         No silêncio das águas ainda há o marulho das vagas ou o cantar da correnteza atravessando as pedras...
        No silêncio dos céus ainda há o palpitar das estrelas carregado de mensagens vindas do alto...
        No silêncio que me envolve aprendo que não basta calar para atingir o silêncio. Enquanto os cuidados me agitarem, ainda não terei conseguido penetrar na área do grande silêncio. Pois é aí, e somente aí, que sempre poderei escutar a voz de Deus!

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          Sorria, sorria, sorria, meu benévolo leitor!
          Vamos desamarrar nossos rostos. Deixemos de pensar que cara séria resolve problemas. Cara feia, para o povão de nossas ruas, não é tanto falta de beleza; é, sim, cara enjoada, enfezada, cara de poucos amigos...
          Não vamos mais trincar os dentes. Não vamos mais cerrar os lábios. O bom mesmo é deixar que nossos lábios se abram felizes, sorrindo para tudo e para todos, para homens, mulheres, crianças... Sorrindo principalmente para Deus!

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        É preciso que demos o máximo de nós, todos os dias de nossa vida.
       Trabalhar sempre com alma, quer se trate de conduzir até às estrelas uma nave espacial, como varrer a poeira que o vento trouxe até à nossa porta... ou de afinar uma simples ponta de lápis.
       Fazer tudo bem: é um dos maiores louvores que o Evangelho faz de Jesus Cristo, enquanto Ele caminhava pelos caminhos da Galiléia fazendo o bem!

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          Temos de ser judeus ou então deixar de ler a Bíblia. A Bíblia não pode ter sentido para quem não for "espiritualmente semita". O sentido espiritual do Antigo Testamento não é e não pode ser um simples esvaziar de seu conteúdo israelita.
          Muito pelo contrário! O Novo Testamento é a realização deste conteúdo espiritual, é a realização da promessa feita a Abraão, a promessa na qual ele acreditou.
          Portanto, no meu modesto entender, jamais ele será negação do judaísmo, mas sua afirmação. Os que o consideram uma negação não o compreenderam.

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          - "A Revelação Divina, -  diz Barth - não pode ser descoberta do mesmo modo que se descobre a beleza de uma obra de arte ou o gênio de um homem... É, antes, o abrir de uma porta que só pode ser destrancada por dentro..."
           E eu tomo a liberdade de comentar: - Para destrancá-la por dentro é preciso que se esteja dentro...

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          Marx, o humanista e inspirador do marxismo comunista, dizem-nos seus biógrafos que ele foi também um misantropo, sofria de hemorróidas e gostava de humor pornográfico. Cínico, purificou implacavelmente o movimento trabalhista de toda aparência de sentimento, toda aspiração ao amor fraterno.
          Contudo, foi um pai extremamente bondoso e solícito para com seus filhos.

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          Um pica-pau com grito agudo, afiado como um punhal, apavora os pássaros menores numa copada árvore cá ao lado de minha casa. Entretanto, ele mesmo é benévolo e inofensivo. Em outro momento, um belo gavião, num vôo refulgente, faz o ruído de uma ave de mau agouro. É assim que tememos a Beleza!

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          - "Tudo que é feito com naturalidade pode ser sagrado ou profano, conforme o nosso grau de conscientização. Tudo, porém, que é feito sem naturalidade, é essencial e inegavelmente profano".
                                                              (Na minha agenda, sem identificação do autor)

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             Tempos atrás, numa perseguição religiosa em Uganda,  entre os mártires, todos unidos no testemunho até a morte e o sangue, vários havia que não eram católicos romanos. Quem poderá dizer que eles não foram canonizados juntamente com os demais, cristãos?
             Seguramente, um grande sinal apareceu na África, nesse tempo!

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          Outro dia li num livro do monge cisterciense norte-americano Thomas Merton a estória de um santo bispo que, na hora da morte, retirou as vestes pontificais e desceu da cama.  Morreu no chão, o que está de acordo com os rigores das regras monásticas.
          O que me deixou bastante intrigado foi o fato de ele estar revestido com as vestes pontificais na cama!
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          Falando  ainda do monge cisterciense norte-americano, diz ele no livro que estou lendo que,  toda vez que o ex-presidente Kennedy espirrava ou assoava o nariz, no refeitório do mosteiro se lia um artigo sobre o estrepitoso fato!...

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          Um pensamento do saudoso Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Hélder Câmara:
          - "Quando as palavras somem, quando os cuidados adormecem, quando nos entregamos, de verdade, nas mãos do Senhor Jesus, o grande silêncio nos mergulha na Paz, na Confiança, na Alegria, porque então é a voz de Deus que se faz ouvir!"
         
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          Para os Santos, a Morte não aparece como um esqueleto de foice na mão porque, para eles, os Santos, não se costuma falar em morrer: preferem falar em Partir!

          E eu me ponho a lembrar de minha falecida e saudosa filha Raquel que, no leito de dor, no hospital, esperando a morte, ela não a esperava como um esqueleto de foice na mão, mas saudava a Morte como uma irmã querida, que a vinha buscar e levá-la para a Casa da Eternidade...
          Para a Casa do Pai de todos os pais!
          Descanse na Paz do Senhor, minha filha querida, ao lado de teu irmão Júlio, há 4 meses falecido!
          É a ardente certeza de tua filha Isabela, de teus irmãos Carlos e Aroldo Jr., de teus chorosos pais.

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