domingo, 26 de janeiro de 2014

O MILAGRE DAS MÃOS



          Se há alguma coisa que me comove, que me enche de gratidão para com o Criador e Pai de todos os pais, são as mãos, as minhas e a de todos os demais homens e mulheres deste mundo.
          Prestam-se as mãos para gestos e ações construtivas, grandes e belas.
          Mãos postas, acompanhando preces. Eu penso, nesta quente manhã de domingo, de modo muito especial, em mãozinhas de crianças que a jovem mãe junta, enquanto as ensina a rezar. Penso também, neste momento, em mãos trêmulas de velhinhas (minha avó?), que pedem pelos filhos e netos ausentes...
          Mãos de cirurgião, que salvam vidas, não raro com extrema habilidade... Basta lembrar a perícia com que cirurgiões manejam cérebros e corações... como um deles, no Hospital Erasto Gaertner, três anos atrás, aqui em Curitiba, abriu a cabeça de minha filha Raquel e me disse quase chorando, como eu, que ela tinha poucas horas de vida, pois o câncer já lhe atingira o cérebro...
          Mãos calosas de trabalhadores, quase sempre tão mal remuneradas...
          Mãos ágeis de datológrafas (no tempo ainda das Remington pesadas ou das Olivetti, mais leves,) que venciam, por minuto, um número incrível de batidas.
          Mãos de músicas, das bandas de música que, nos tempos longínquos de minha infância em Poços de Caldas, sul de Minas, conseguiam me transportar para além do espaço e do tempo...
          Mãos que semeiam (todos os meus antepassados do lado materno foram lavradores), ainda me lembro: mãos que semeiam sementes que serão alimento e, principalmente, sementes de Amor, de Esperança e de Paz.
          Mãos de pintores e de escritores, que fazem tudo para não trair os sonhos de beleza  que estavam no pensamento e no coração do artista.
          Mãos de linotipistas (existem deles ainda hoje?) que compõem o jornal que todo dia me traz as notícias de Curitiba, do Brasil, e do mundo...
          Mãos de técnicos de rádio e de televisão, que nos trazem músicas e entretenimento, que nos suavizam as canseiras do dia...
          Mãos que acariciam: mãos de mães, mãos de namorados, mãos de esposos...
          Seria muito fácil continuar..., aliãs, esqueci das minhas desajeitadas mãos, que agora digitam este mal ajambrado texto...
          É muito triste lembrar, mas é importante saber claramente que as mãos humanas, capazes de tanta grandeza e tanta beleza, sabem, também, distribuir desolação e morte.
          Há mãos que se fecham, egoístas e avaras. Há mãos que se crispam, cheias de ódio, chegando, por vezes, ao extremo de destruir, de ferir, de matar...
          Há mãos que batem a porta a quem precisava entrar, merecia entrar...
          Há mãos preguiçosas, especialistas em jogar em cima dos outros o trabalho que lhes cabia fazer...
          Há mãos que roubam de ricos e até de pobres. Há mãos que sequestram pessoas.
          Há mãos que metralham, que jogam bombas arrasadoras, e até bombas, inclusive, que queimam a criatura viva (aconteceu semanas atrás neste nosso Brasil). Há mãos ainda que são ameaça permanente de extermínio da Terra com revoltas, terrorismo e guerra...
          Cristo, nesta manhã de domingo, leio na Bíblia Sagrada, que na Tua Encarnação, na Tua Vida Mortal, usaste Tuas Mãos de modo admirável. Elas passaram fazendo o Bem!
          Que minhas mãos estejam sempre mais a serviço do Bem e da Beleza!
          Que minhas mãos, à imitação das Tuas, sejam semeadoras de Tranquilidade, de Esperança, de Amor e de Paz!
          Assim seja. Amém!
  







      




















  


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