Neste mês de junho, celebramos a festa de São João, tanto nas cerimônias litúrgicas das igrejas, quanto em quase todos os bairros de nossas cidades. Toda noite, brilharão fogueiras por todo canto. Quadrilhas alegrarão adultos, jovens e crianças. Batata-doce, amendoim, pipoca, quentão, aquecerão os ânimos, e serão vigoroso estimulante para esquentar o fervor dos festeiros...
Apesar de perigosos, e quase sempre proibidos, multicoloridos balões vão aparecer e brilhar nos céus. Gente humilde, que puder, vai comer seu milhinho assado ou até, quem sabe, a sua canjica bem cozida e doce, temperada com cravo e canela...
Não faltará arrasta-pé e, em lugares mais agarrados às tradições populares, não faltará adivinhação que diga se há ou não pista de casamento no destino das mocinhas doidas prá casar...
Agora, falando sério - como aprendiz de teólogo que sou - quando conseguiremos partir da devoção popular por São João, para dar à nossa Gente uma visão mais exata e mais rica de São João, o Batista?
Ele teve a glória - atestam-nos os Evangelhos - de ser mandado para preparar os caminhos de Cristo. Cumpriu à risca a sua missão.
Conseguiu um prestígio imenso entre a população de Israel. Vinham multidões de longe receber seu batismo nas águas do bíblico Rio Jordão. Ele falava duro. Não brincava em serviço. Condenava os erros do povo. Clamava para que se preparassem os caminhos do Senhor.
Quanto mais forte era sua pregação, mais gente chegava para ouvi-lo. Era respeitado e seguido porque, antes de pregar com palavras, pregava com o exemplo, com a vida.
Quando Cristo apareceu às margens do Jordão, pedindo o batismo, o Espírito de Deus iluminou o Batista, revelando-lhe que ele estava diante do Messias, a quem viera anunciar...
E ele não vacilou um instante em dizer: - "Eis o Cordeiro de Deus! Eis o Messias! Eu não sou digno nem de desamarrar as correias de suas sandálias"...
A partir daí, sentiu que a missão de preparador dos caminhos estava terminada. Chegou Aquele cujos caminhos ele viera preparar. E mandou que os seus melhores discípulos o largassem para seguir o Messias.
Foi muito despreendimento seu! Ele tinha discípulos, como Simão, a quem Jesus preferiu chamar de Pedro. Tinha discípulos como João, que se tornou o discípulo amado de Cristo: São João Evangelista.
Mais uma vez, falando como aprendiz de teólogo: quando conseguiremos partir da devoção popular por São João Batista, para ensinar a nossa Gente que a nossa missão é como a do Batista: de preparar os caminhos para Cristo?...
Mais do que nunca, todo Cristão deve ser missionário, apóstolo, e anunciar o Salvador, principalmente com o exemplo, e com a vida de todo dia!
Quando na noite de São João virmos fogueiras sem conta ardendo em louvor do grande santo popular, quando ouvirmos o espoucar de fogos e contemplarmos balões fugindo céu afora, peçamos a Deus a Graça de imitar João Batista preparando os caminhos do Senhor, ajudando irmãos nossos a encontrar Jesus Cristo, o nosso Redentor!
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