domingo, 29 de junho de 2014

SORRIR!



          Sorrir! Tenho a firme convicção de que é muito importante sorrir, dependendo, entretanto, da profundidade e da origem do sorriso.
          Apesar dos meus setenta e oito anos, lembro-me muito bem de que, recém-casado, esperávamos, minha esposa e eu, o primeiro sorriso do filhinho que estava por vir.
          Você que me dá o prazer de ler este meu pobre texto, sabe que sorrir é próprio apenas do homem e da mulher?... Nem o macaco sorri... O cachorrinho que tenho em casa manifesta sua alegria sorrindo a seu modo, isto é, balançando a cauda...
          Falei  ali na primeira linha que é muito importante sorrir. E agora digo que não merece o nome de sorriso o entreabrir artificial dos lábios, só para ser amável com os vizinhos ou com visitas de cerimônia, ou com amigos convencionais...
          Não merece o nome de sorriso o entreabrir de lábios que costuma acompanhar a ironia, gozando a perversidade que deve ter atingido o alvo, gozando a malícia que deve ter feito alguém sofrer...
          Sorriso mesmo, de verdade, vem de dentro da alma, traduzindo alegria, compreensão, amor e paz.
          O sorriso, o riso e a risada são irmãos. Constituem uma família. O riso é mais aberto, mais ruidoso, mais festivo. Quando meu time, o Atlético Paranaense, mete um gol no Coritiba, não me basta sorrir: exige o brado de surpresa, de alegria, seguido de aplausos e boas risadas de felicidade...
          Sorri a esposa que preparou uma sobremesa gostosa para o marido e os filhos, e nota como eles sabem apreciar seu esforço, sua boa vontade e seus dotes de cozinheira...
          Sorri o operário que aprendeu, com rapidez e segurança, o ofício novo que lhe confiaram e se vê encorajado pelo seu mestre de obras.
          Quem já acompanhou o sorriso de namorados que se acham em pleno embevecimento? Ele, o namorado, pode demonstrar não importa o que, ela pode responder seja o que for: tudo é pretexto para risos e sorrisos celestiais!
           Dizem-me as más línguas que é mau sinal andar falando sozinho... Pois eu confesso que não falo sozinho, mas que sorrio muito sozinho:
           - quando o Céu está quase exagerando de tanta beleza...
           - quando há flores que poderiam participar de exposições em qualquer planeta...
           - quando a luz se despede do dia...
           - quando surgem as primeiras estrelas no quase sempre fechado céu de Curitiba...
           - quando encontro uma feliz senhora grávida e penso na criancinha que vai chegar e poder assistir na sua vida a prodígios incomparavelmente maiores do que a energia nuclear e a viagem espacial para as estrelas...
            - quando encontro marcas visíveis da ação do Pai de todos os pais, ou marcas da ação de Homem e de Mulher, como sócios do Pai, como co-criadores com Ele, deste mundo que é nossa morada...
            - e, principalmente, quando contemplo o sorriso triunfante de minha neta adolescente Isabela, ao chegar correndo em casa, trazendo o boletim escolar com ótima nota em Matemática...
            Você, que me dá a alegria de ler este mal ajambrado texto: sorria, sorria, sorria!...
            Desamarre seu rosto. Não pense que cara séria resolve problema. Cara feia, fechada, na minha terra, a saudosa Minas Gerais, não é tanto falta de beleza; é, sim, cara enjoada, enfezada, cara de poucos amigos...
            Veja lá: Você, que está de bem com a vida, não trinque os dentes. Não cerre os lábios. Deixe que eles se abram felizes, sorrindo para tudo e para todos, para homens, mulheres, para as crianças...
             E, principalmente, para Deus, nosso Pai e Senhor!
       

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