segunda-feira, 28 de maio de 2012

POR QUE NÃO FALAR DE MARIA?




      Nem tanto  no protestantismo histórico, mas nessa enxurrada de seitas "evangélicas" (?) que pululam por aí, no seu biblicismo, e na consequente bibliolatria, se fala sempre, e com ênfase, no "Senhor Jesus", mas se esquece que Ele teve uma mãe neste mundo, a quem certamente amou e lhe dedicou um  afeto de filho, que também era Deus.
      Qual o filho que  não se entristece ao ver que sua mãe é desprezada ou colocada de lado, como fazem os "evangélicos" (?) com relação a Maria, a mãe de Jesus de Nazaré?
      É verdade, no meu entender e no entender de todos os católicos de bom senso, que uma verdadeira mariologia só é possível em conexão com o mistério de Cristo, isto é, sempre em função da cristologia. Essa perspectiva é tão fundamental, que qualquer consideração em torno da mãe de Cristo, que não leve em conta o Filho, falseia nossa visão da redenção e traz prejuízos aos fundamentos do dogma católico essencial, a saber: que Deus nos salvou, em Cristo.
      O amor católico adorna Maria de uma infinidade de títulos. É Nossa Senhora de todos os nomes. Nossa experiência, contudo, prova que um amor não esclarecido exagera facilmente em sua prática, e nem sempre exprime dignamente as verdadeiras grandezas de que ela é portadora.
      A Teologia, sóbria como toda ciência e como órgão vivo da fé eclesial, é a instância crítica da pregação contemporânea, e é também a mensageira da pregação do amanhã. Cabe a ela explicar o quanto for possível o impenetrável mistério da realidade salvífica mariana, explorar a riqueza do conteúdo e eliminar os elementos inautênticos.
      Os grandes teólogos da Idade Média, que foram grandes apaixonados por Maria, não tiveram medo de aplicar o espírito crítico. Eles nos acautelaram contra os louvores excessivos de que Maria não tem necessidade, devido à riqueza de seu verdadeiro título de glória, que é ter sido a mãe de Jesus de Nazaré.
      Neste sentido, a autêntica fé católica mantém-se distanciada de dois perigos: o do exagero intempestivo, pseudo-teológico ou sentimental, e o do racionalismo diante do mistério mariano, que fez Maria predestinada desde a eternidade pelos desígnios da Divina Providência a ser a mãe terrena do Deus Encarnado.
      Com a encarnação do Verbo Divino, a virgem Maria foi neste mundo a sublime mãe do Redentor, singularmente mais que os outros seguidores de Cristo, a generosa e humilde serva do Senhor, e tanto, que todas as gerações a chamarão "bem-aventurada".
      Ela concebeu, gerou, nutriu a seu Filho Jesus, fugiu com Ele para o Egito, resguardando-O da ira de Herodes,  compadeceu-se aos pés da cruz com Ele, como nos dizem os textos evangélicos.
      Assim, de modo inteiramente singular, pela obediência, fé, esperança e ardente caridade, cooperou na obra do Redentor, para a restauração da vida sobrenatural dos cristãos.
      Por tal motivo, é que ela se tornou para nós, católicos, uma verdadeira mãe na ordem da Graça. E é por isso também, que ela é estimada e venerada pelos católicos do mundo inteiro. 

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