sexta-feira, 18 de maio de 2012

A PRECE QUE NOS FAZ IRMÃOS


      Desde meus tempos de faculdade de teologia, já perdidos nas brumas quase impenetráveis do passado, foi-me ensinado que a prece nunca será uma palavra que divide, mas é o vínculo de união que nos une mais fortemente a Deus e aos irmãos de caminhada neste mundo.
      Infelizmente, há muitas pessoas que não creem na prece, nela não se apoiam, e existe ainda quem a considere um capítulo superado.
      Mas, em contrapartida, existem muitíssimos irmãos nossos que amam a prece, no sentido de manifestarem a Deus, e a si próprios, seus desejos mais íntimos e mais profundos.
      Que prece poderá fazer em comum nós que nos irmanamos na Fé em Cristo, para além das divisões e incompreensões que, aparentemente, nos separam e distanciam uns dos outros?
      É bom que nossos olhos se abram e comecemos pela urgência de superar o próprio egoísmo, sair de nós mesmos e nos dedicarmos de vez, à custa de quaisquer sacrifícios, à luta não violenta     por um mundo mais justo e mais humano.
      Que não deixemos para amanhã: comecemos hoje, agora, sem arrebatamentos passageiros; com decisão, firmeza e pertinácia!
      Que olhemos em volta para descobrir irmãos e irmãs, marcados pela mesma vocação de dizer adeus ao comodismo e de marcar encontro com todos os que têm fome da verdade e juraram dedicar a vida tentando abrir, através da prece, da justiça e do amor, caminhos para a paz!
      Que não percamos tempo em discutir lideranças; o importante para nós seja unir-nos e caminhar, firmes, para o nosso objetivo, lembrados de que o tempo, inexorável, corre contra nós.
      Que demos o melhor de nós mesmos à dupla missão, através da qual, esperamos, a pressão moral que possamos fazer sobre aqueles que se proclamam nossos representantes em todas as esferas do poder público, se tornará capaz de atingir as indispensáveis mudanças sociais e políticas de que nosso Brasil necessita com urgência.
      Que sejamos capazes do máximo de firmeza, sem cair no divisionismo, na intolerância e no particularismo egoísta, de conseguir atingir nossos objetivos mais nobres, no âmbito da convivência fraterna com nossos irmãos, sem cair na conivência com o mal.
      Lembremo-nos sempre que a Lei consiste em amar a Deus e amar o próximo. Ora, quem ama o próximo já cumpriu metade da Lei.
      Quem ama de verdade e profundamente o próximo, mesmo sem saber e até sem querer, já ama a Deus, nosso Criador e nosso Pai.
      Neste intuito, façamos nossa a prece de Francisco de Assis, e que ela  seja o ideal de nossa vida de cristãos conscientes em todos os nossos atos do dia a dia:

       Senhor, fazei de nós um instrumento de vossa paz!
       Para onde há ódio, que nós levemos o amor;
       Para onde há ofensa, que nós levemos o perdão;
       Para onde há discórdia, que nós levemos a união;
      Para onde há erro, que nós levemos a verdade;
      Para onde há dúvida, que nós levemos a Fé;
      Para onde há desespero, que nós levemos a esperança;
      Para onde há trevas, que nós levemos a luz;
      Para onde há tristeza, que nós levemos a alegria.
      Ó Mestre, possamos nós consolar, a sermos consolados;
      Compreender, a sermos compreendidos;
      Amar, a sermos amados
      Porque
      É dando que se recebe;
      É no auto-esquecimento, que se pode encontrar;
      É perdoando, que se é perdoado;
      É morrendo, que se ressuscita para a vida eterna!
   
     

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