sexta-feira, 8 de junho de 2012

ECUMENISMO... QUE BICHO É ESSE?


     
      Até tempos atrás, antes do Concílio Vaticano II, em certos círculos integristas do catolicismo  era heresia falar em ecumenismo. Mas, nos últimos tempos, muitos homens e mulheres de todas as partes do mundo sentiram o impulso da Graça para restaurar a unidade de todos os cristãos. Esse movimento chama-se "movimento ecumênico".
      Engajadas nesse movimento, estão várias igrejas cristãs, como a Católica, a Ortodoxa Oriental, a Luterana, a Anglicana e a Copta. Deseja-se uma Igreja de Deus una e visível, verdadeiramente universal e enviada ao mundo inteiro.
      Trata-se, sobretudo, da unidade na Fé em Cristo e nos sacramentos, e não de uma uniformização da disciplina particular e dos ritos de cada Igreja. Homens influentes dentro da Igreja Católica temiam que tal movimento de abertura para as outras confissões pudesse abalar a certeza das verdades para ela incontestáveis, mesclando-se com teorias e sentimentalismos vagos.
      Muitos cristãos realmente não estavam preparados para o diálogo interconfessional, porque até teólogos de gabarito pretendiam construir uma Igreja à base de manuais de teologia, cujo conteúdo, muitas vezes, mais parecia acrobacia do intelecto humano, do que acolhimento da revelação divina.
      No Concílio Vaticano II os padres conciliares, felizmente, e certamente inspirados pela Graça de Deus, se distanciaram dessa orientação malsã e quiseram uma teologia viva, para os tempos de hoje, quiseram uma teologia orientada para os irmãos separados e para os homens e mulheres do mundo inteiro. Com efeito, a Igreja de Cristo deve estar a serviço de todos, indistintamente.
      Que culpa têm os milhões de homens e mulheres nascidos em comunidades separadas? Acaso  apenas os católicos, só porque nasceram em famílias tradicionalmente católicas, já têm o céu e a vida eterna garantidos?
      Somente um catolicismo por herança formalista ou integrista poderá temer a abertura consciente para o outro. O Cristianismo autêntico, voltado para o amanhã, será com certeza um Cristianismo por opção, à base da Fé pessoal, e não temerá encetar o difícil e longo caminho rumo à unidade cristã.
     Neste sentido, o movimento ecumênico não pretende fazer uma onda de sensacionalismo superficial, ocultando ou silenciando as graves dificuldades que separam os cristãos, também em matéria de doutrina ou de dogma.
      A sinceridade e a fidelidade à mensagem evangélica, igualmente, nos proibem reduzir tudo a uma forma simplista de amor fraterno, ou a construção de uma superigreja. O diálogo com o irmão separado pressupõe que ele seja tomado a sério, também naquilo que nos separa dele em matéria de dogma, de sempre reexaminarmos nossa própria posição à luz da revelação de Deus.
      Todo diálogo leal pressupõe uma auto-renovação, pois o Espírito Santo não é monopólio de determinada instituição, nem permite o controle de Sua ação. Ele sopra onde e quando quer. Nossa tarefa é abrir-nos à Sua inspiração, e não lhe construir obstáculos.
      Jesus Cristo quer que Seu povo cresça sob a ação do Espírito Santo, através da fiel pregação do Evangelho e da administração dos sacramentos, realizando a comunhão, na unidade. O centro de toda a profissão da Fé cristã é Jesus Cristo, no qual Deus assumiu toda a humanidade na obra da redenção que, por sua vez, pressupõe também a obra do Pai e exige a obra do Espírito Santo como consequência.
      O Espírito Santo, desde pentecostes, vivifica e dirige a Igreja de Jesus Cristo, na qual prolonga Sua presença histórica na Fé da comunidade a serviço da salvação do homem e da mulher. Por isso, a inquietação generalizada entre os cristãos de todo o mundo de hoje é santa e salutar, pois reflete a ação do Divino Paráclito, que nos quer purificar na Fé em Jesus Cristo, no qual nos encontramos, todos, unidos  com o Pai.

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