quarta-feira, 13 de junho de 2012

A PRECE QUE LIBERTA


     
      Somos convidados a orar, orar sempre, em todos os instantes de nossa vida. Mas somos também convidados a fazer que nossa prece não seja uma palavra que divide, pois se há quem creia na prece e nela sempre se apóie, há também muitos para quem a prece é já um capítulo superado.
      O fato é que todos nós, de uma maneira ou de outra, fazemos nossas preces, no sentido de manifestarmos nossos desejos mais íntimos e mais profundos, seja a Deus, seja a quem nos rodeia.
      Que prece poderá fazer em comum a família dos que creem na Fé, na Esperança e na Caridade, na crença sincera de que estas três virtudes teologais sejam a alavanca que conduza a humanidade  e o mundo ao encontro da justiça, da paz e da fraternidade?
      Que os nossos olhos se abram e comecemos pela urgência de superar o próprio egoísmo, sair de nós mesmos e nos dedicarmos, ainda que às custas de quaisquer sacrifícios pessoais, à luta não violenta por uma sociedade mais justa, mais fraterna, mais humana!
      Que não deixemos para amanhã: comecemos hoje, agora, sem arrebatamentos passageiros, com decisão, firmeza e pertinácia!
       Que olhemos em volta para descobrir irmãos e irmãs, marcados pela mesma vocação de dizer adeus ao comodismo e de marcar encontro com todos os que têm fome de verdade e juraram dedicar a vida tentando abrir através da justiça e do amor, caminhos para a paz familiar e social.
       Que não percamos tempo em questiúnculas paroquiais, em divisões confessionais, em discutir lideranças de bairro ou de organizações; que o importante para nós seja unir-nos e caminhar, firmes, para o nosso objetivo, lembrados de que o tempo corre contra nós.
      Que demos o melhor de nós mesmos à  missão, através da qual, assim esperamos, a pressão moral libertadora da sociedade organizada se tornará capaz de atingir as indispensáveis mudanças de estruturas, principalmente na política e na administração da coisa pública, acabando com essa corrupção desenfreada que vai solapando a base de nossa democracia.
      Que sejamos capazes do máximo de firmeza e de rigor, sem cair no ódio,  no combate implacável a todo deslize funcional de nossos servidores públicos, e principalmente sem cair, com eles, na convivência com o mal.
      Façamos nossa a prece de Francisco de Assis, e seja ideal de nossa vida concretizá-la em todos os nossos atos do dia a dia:

      Senhor, fazei de mim um instrumento de Vossa paz¹
      Onde há ódio, que eu traga o amor.
      Onde há ofesnsa, que eu traga o perdão.
      Onde há discórdia, que eu traga a união.
      Onde há erro, que eu traga a verdade.
      Onde há dúvida, que eu traga a fé.
      Onde há desespero, que eu traga a esperança.
      Onde há trevas, que eu traga a luz.
      Onde há tristeza, que eu traga a alegria.
      Ó Mestre, possa eu preferir
      Consolar, que ser consolado.
      Compreender, que ser compreendido.
      Amar, que ser amado,
      Pois:
      É dando que se recebe;
      É no auto-esquecimento que se pode ser encontrado;
      É perdoando que se é perdoado;
      É morrendo, que se ressuscita para a Vida Eterna!

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