sexta-feira, 9 de novembro de 2012

E POR FALAR EM DEMOCRACIA...


      Não há nenhum exagero em dizer que a sociedade democrática está fundada sobre uma espécie de fé: a convicção de que cada cidadão é capaz de assumir e na verdade assume, com exceções, é claro, inteira responsabilidade política, dentro das características próprias da sociedade em que vive.
      Que cada um não só compreende em larga escala os problemas do governo, mas está pronto a tomar parte, de boa vontade, na solução desses problemas.
      Noutras palavras: a democracia presume que o cidadão saiba tudo o que se passa, compreenda as dificuldades da situação e já tenha elaborado uma resposta que o ajudará a contribuir inteligente e construtivamente à obra comum de governar a sociedade de que é membro.
      Mas, para que isto seja verdade, deve haver considerável peso de sólida preparação educacional e cívica. Uma verdadeira formação da mente. Uma autêntica educação no que concerne às disciplinas intelectuais e espirituais, sem o que a liberdade não é possível.
      Deve haver, numa sociedade democrática, completa liberdade na troca de idéias. As opiniões da minoria, mesmo opiniões que possam parecer perigosas, devem ser ouvidas, claramente entendidas e seriamente avaliadas quanto ao seu valor, e não simplesmente descartadas como inúteis.
      As crenças e disciplinas religiosas devem ser respeitadas. Os direitos da consciência individual devem ser protegidos contra toda espécie de pressão aberta ou oculta.
      A democracia não pode exisitr quando homens e mulheres dão preferência a idéias e opiniões para si próprios fabricadas. As ações e declarações do cidadão e da cidadã não devem ser simples "reações" automáticas - meras saudações mecânicas, gesticulações que signifiquem conformidade passiva com os ditames daqueles que detêm o poder, seja ele político, econômico, ou religioso..
      Para sermos verdadeiros, teremos de admitir que não se pode esperar que isto se realizes em todos os cidadãos e cidadãs de uma democracia. Mas, se não se realizar numa proporção significativa em relação a eles, a democracia deixa deixa de ser um fato objetivo, e nada mais é que uma palavra simplesmente carregada de emotividade, sem nenhum lastro efetivo e  concreto.
      Qual é hoje em dia a situação no Brasil, quando se discute esse feio episódio do "mensalão"?

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