Uma coisa é sumamente importante em minha vida de cristão, acima de tudo: "voltar ao Pai".
A Bíblia nos diz que o Filho veio ao mundo e morreu por nós, ressuscitou e voltou para o Pai. Enviou-nos o Espírito Santo para que nEle e com Ele pudéssemos voltar ao Pai.
Sim, para que pudéssemos passar completamente para além da névoa de tudo que é transitório e inconclusivo: voltar ao Imenso, ao Primordial, à Fonte, ao Inconhecível, Àquele que ama e conhece, ao Silencioso, ao Misericordioso, ao Santo, Àquele que é tudo.
Procurar algo, preocupar-se com algo fora disso, é loucura e enfermidade. Pois isso é o sentido pleno e o cerne de toda existência. E é nisso que todos os negócios de nossa vida e todas as necessidades do mundo e dos homens e mulheres tomam seu sentido certo. Tudo aponta para essa única grande volta à Fonte.
Toda a meta que não é fim último, todo o fim da linha, que podemos ver e planejar como fim ou fins, são simplesmente absurdos, porque estas coisas nem têm início. A volta é a volta para além de todos os fins e o início de todos os inícios.
O retorno ao Pai não é um voltar no tempo, não é fechar o livro da História, nem reverter seja o que for. É ir adiante, ir além. Pois retroceder pelo mesmo caminho seria vaidade acrescentada à vaidade - renovação do mesmo absurdo em sentido reverso.
Nosso destino é seguir para além de tudo, deixar tudo, apressar para atingir o Fim e encontrar, no Fim, nosso Princípio, o Princípio sempre novo que não tem fim.
Obedecer-Lhe no caminho para alcançar Aquele em quem tive início, que é a chave e o fim - porque, na verdade, Ele é o Princípio.
Esta é a lição que o monge cisterciense norte-americano, Thomas Merton, me ensina nesta manhã de sábado, quando estou sozinho em casa, enquanto minha mulher e a neta Isabela estão no litoral, em merecidas férias...
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