Você acha que suas mãos só servem para pegar, apalpar, bater, acariciar ou alguma coisa mais, e nada mais do que isso?
Você por acaso já meditou no mistério das mãos? Das suas próprias mãos? Você algum dia teve um estalo na cabeça, e descobriu que suas mãos se prestam a gestos e ações altamente construtivas, grandes e belas?
Pois saiba Você que é a pura verdade: pois veja só, tudo quanto é missão de nossas mãos, mesmo que nós não tenhamos consciência clara desta realidade:
Mãos postas, acompanhando nossas orações. E aqui eu penso, de modo especial, em mãozinhas de crianças que a cuidadosa mãe junta, enquanto elas aprendem a rezar. Me lembro também das mãos trêmulas de minha vó, Júlia, velhinha, sempre postas, porque ela estava dia e noite rezando pelos seus filhos e netos, ausentes, espalhados por esse mundo de Deus...
Mãos de abnegados médicos e cirurgiões, que salvam vidas, não raro com extrema habilidade... Basta lembrar a perícia com que o famoso cirurgião brasileiro, o doutor Zerbini, que manejava cérebros e corações...
Mãos calosas de trabalhadores braçais, quase sempre tão mal remuneradas, como eram as mãos de meu falecido e saudoso pai.
Mãos ágeis de datilógrafas, que vencem, por minuto, um número incrível de batidas nas máquinas modernas de seus escritórios.
E por que não lembrarmos das mãos de músicos, que nos deliciam e nos transportam para além do espaço e do tempo, dedilhando declados ou tirando maravilhosos sons de um choroso violino?
Mãos que semeiam, como as mãos de meu avô e seus filhos, na fazenda lá do Rio Pardo, em Minas Gerais, que alimentavam uma dezena de filhos e outros tantos agregados, além das sementes de amor, de esperança e de paz, que eram também as sementes que continuamente semeavam.
Mãos de pintores e de escritores, que fazem tudo para não trair os sonhos de beleza que estão sempre no pensamento e no coração do artista.
Mãos que brincam, como as mãos de minha neta Isabela, que não param um só instante de conseguir arrancar situações engraçadas de mil e um objetos estranhos que consegue encontrar por todo canto. Mãos também, ainda da Isabela, que conseguem mexer no meu computador e me obrigam chamar um técnico a comparecer em casa para consertar o que ela, sem compreender direito a máquina, a deixou um tanto quanto emperrada!
Mãos de técnicos de rádio, TV, cinema, que nos permitem viver, na hora, os grandes acontecimentos de qualquer parte deste nosso vasto mundo de Deus...
Mãos que acariciam: mãos de mães, mãos de avós, mãos de filhos, mãos de namorados, mãos de esposos...
Seria muito fácil continuar. Mas é importante lembrar que as mãos humanas, capazes de tanta grandeza e tanta beleza, sabem, também, distribuir desolação e morte...
Há mãos que se fecham, egoístas e avaras. Há mãos que se crispam, cheias de ódio, chegando, por vezes, ao extremo, de arrasar, de ferir, de matar...
Há mãos preguiçosas, especialistas em jogar em cima dos outros o trabalho que competia a elas realizar...
Há mãos que roubam de ricos, e até de pobres. Há mãos que sequestram pessoas, que fazem reféns!
Cristo Jesus, em Tua Encarnação, em Tua Vida Mortal, usaste Tuas mãos de modo admirável! Elas passaram fazendo o Bem!
Que nossas mãos estejam sempre a serviço do Bem, da Beleza, da Caridade!
Que nossas mãos, à imitação das Tuas, sejam semeadoras de Tranquilidade, de Esperança, de Amor, de Paz!
Assim seja. Amém.
Assim seja. Amém.
Nenhum comentário:
Postar um comentário