sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
TRÊS TESTEMUNHOS
Neste 25 de janeiro, ao celebrarmos a vida e a obra evangelizadora do "apóstolo dos gentios", Paulo de Tarso, mais conhecido no mundo cristão como São Paulo, permitam-me os eventuais curiosos deste blog que eu traga o tríplice testemunho que nos deixaram três das maiores testemunhas do Cristianismo em nossa época.
Primeiramente, lembro o sacerdote do livro de Graham Greene, "O Poder e a Glória", quando ele fala ao oficial de polícia que sonha transformar o mundo em paraíso terrestre:
- "Há entre nós uma outra diferença. É inútil trabalhar para o fim que nos persegue, se o senhor mesmo não é honrado e bom. Ora, o seu partido, o comunista, nem sempre se comporá de homens honrados e bons. Por isso, o senhor verá reproduzirem-se as fomes de outrora, os maus tratos, as fortunas adquiridas não se sabe bem por que meios e formas. Ao passo que o fato de eu ser um sacerdote covarde... e tudo o mais... não tem tanta importância. Não obstante isso, eu posso pôr Deus na boca de um fiel, e posso dar-lhe a absolvição em nome de Deus.
E ainda que todos os padres sejam iguais a mim, isso nada altera." (O Poder e a Glória, p.306 em minha edição).
Outro testemunho, este, de Julien Green, em seu "Diário", IV, p. 54:
- "Sucede-nos pensar tantas vezes e tão habitualmente em Deus, em termos tão convencionais, que esta grande realidade, a única realidade, desaparece atrás das frases decoradas... Devemos tentar pensar em Deus, em Sua novidade, em Seu eterno frescor... É preciso que este sentimento não nos abandone, nunca deve deixar de ressoar em nós a voz de silêncio que nos diz: "Tu és meu, não te deixarei partir."
E ainda, de Georges Bernanos, o grande profeta do século vinte, no seu romance "As crianças humilhadas" (p. 262-264, da minha edição):
- "Chegará o dia em que os que hoje correm, alucinados, atrás de amos implacáveis, os amos ferozes que prodigalizam a vida humana como matéria sem valor, e atulham de vidas humanas as suas usinas e os seus fornos, hão-de parar, extenuados, no caminho que não leva a parte alguma. Pois bem, então... talvez se cumpra a palavra de Deus, os mansos possuirão a terra, simplesmente por não terem o hábito da esperança num mundo de desesperados. Possuirão a terra, mas não por muito tempo; talvez a possuirão sem talvez sequer darem por isso, com sua massa inocente fazendo pender a balança, alterando o equilíbrio do mundo... Construir é sempre uma obra de amor... Vós não triunfareis da paciência do pobre."
A paciência do pobre não perecerá, porque o Pobre é Jesus Cristo que, "de rico" se fez "pobre", a fim de nos saciar com Suas riquezas.
O silêncio de Deus é a Sua mesma palavra. Sua ausência, a Sua presença. Porque a ausência de Deus, o Seu silêncio, é a Cruz, o instrumento de morte e DE RESSURREIÇÃO, EM JESUS CRISTO.
Que o apóstolo Paulo, que a liturgia católica celebra neste 25 de janeiro, infunda profundamente no coração de todos os cristãos as sementes desta verdade, para que ela floresça para a Vida Eterna.
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- "Se eu pudesse, na hora mais dolorosa
do sepultamento de minha filha Raquel,
quando o seu caixão era colocado
túmulo a dentro, eu faria com que
voasse sobre os presentes uma re-
voada de andorinhas, lembrando a sua
ressurreição na morte, que é a Fé que
me mantém vivo até hoje...
Oh! como seria bom se eu pudesse!"
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