segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

VAMOS ABRIR OS OLHOS?


            Você, que tem a pachorra de passar por este meu blog, me permite uma sugestão fraterna? Por mais cheia que ande a sua vida, por mais ocupada, mais apressada, mais atravancada que a vida lhe pareça, - tente descobrir meios para rápidas escapadas, que lhe permitam encontros, mesmo de segundos, com a Irmã Natureza, como diria São Francisco de Assis. Isto fará a Você (como também a mim) um bem enorme e derramará no seu íntimo (como também no meu) um marco fundamental de paz para o resto do dia.
      É preciso que nós - você e eu - tenhamos olhos para o nascer do sol. Você já reparou como não há duas manhãzinhas iguais?
      Não sei por que muitos de nós jamais encontraram tempo de olhar as árvores, mesmo de passagem, pelos caminhos do dia a dia. Pois as árvores são mestras de paciência: elas nos oferecem sombras, oferecem frutas, acolhem os passarinhos e, quase sempre, recebem pedradas da molecada, não raro acabam cortadas, quando o terreno se valoriza. E mesmo, com tantos problemas, as árvores ainda nos ensinam a renascer cada ano, de novo, talvez muito mais bonitas do que antes...
      Você já parou para pensar como a água é amiga, é quase nossa irmã, e está sempre disposta a ajudar-nos de mil e uma maneiras?... É tão reconfortante um copo de água bem fria quando se está com sede no calor do meio-dia; tanto é verdade, que o próprio Jesus de Nazaré chegou a prometer uma recompensa eterna a quem mata a sede do próximo.
      E como é bom poder banhar-se, ou lavar as mãos ou os pés, quando se está com calor... Mas não é só isso: a água faz bem até para ser vista: se Você passar perto da praia, olhe o mar. Se passar perto de um rio, olhe as águas que correm mansas e, se for o caso, contemple por um instante as lavadeiras que às suas margens lavam roupas, ou crianças que se banham ou brincam na água, molhando-se uma às outras.
      Você já teve tempo de contemplar a luz que lhe vem do alto, do céu?... A luz torna belas, transfigura, até as coisas mais simples ao nosso redor. Com a luz do dia e do sol, até um caco de vidro consegue imitar ou parecer um brilhante...
      Aliás, continuando esta reflexão, nunca agradeceu a Deus o ar que nos envolve, nos protege, apagado, anônimo, mas prestativo?... Quase nem pensamos nele, e no entanto, sem o ar, nem poderíamos viver. Engraçado: só damos importância ao ar quando ele nos falta, ao fim da vida, e caímos em agonia, à procura dele...
      Quase ninguém  repara a paciência com que a terra nos suporta. E nós a pisamos com nossos sapatos como se ela fosse escrava e tivesse obrigação de carregar o nosso peso. Rasgamos a terra, para plantar sementes ou abrir estradas... Até que um dia, em lugar de receber-nos com raiva, de guardar-nos rancor, ela nos receberá em seu seio e, nela, nosso corpo descansará, aguardando a Ressurreição!
      Temos que abrir os olhois. Descobrir tudo que há ao nosso redor. Fazer como as crianças que chamam nossa atenção para tudo, como se fossem as primeiras a descobrir o mundo: -"Olha lá! Olha lá!"
      É preciso que nossos olhos sejam descobridores. Não podemos deixar que a rotina do dia-a-dia nos embaralhe a visão. Um segundo de contemplação da Natureza que nos rodeia derramará paz e tranquilidade sobre o nosso dia inteiro!
      Vamos abrir nossos olhos para a Vida?

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